::: Fernando Potrick - Jornalismo Online :::

Blog dedicado à disciplina de Jornalismo Online, do curso de Jornalismo da UNISINOS. Este veículo disponibilizará, toda sexta-feira, textos escritos exclusivamente para essa cadeira.

26 maio 2006

Se você leu o livro, perderá seu tempo no cinema




Para quem leu, O Código Da Vinci, de Dan Brown, gera polêmica e dezenas de dúvidas que tentam explicar, desvendar, revelar ou menosprezar sua obra. Independente da sua qualidade literária, há de se convir que não é difícil chamar a atenção com uma trama que diz revelar a maior farsa da história da humanidade, envolvendo num golpe só Jesus Cristo, Maria Madalena, Leonardo Da Vinci e até Sir. Isaac Newton.

O Código Da Vinci, por si só, é um roteiro de filme hollywoodiano. Sem rodeios, rápido, pontuado por seus clichês, perseguições de carro e (muitas) reviravoltas. O jogo já estava ganho no momento em que o primeiro exemplar foi vendido, e daí para uma produção estrelada por Tom Hanks foi um passo.

Talvez esteja aí o grande problema do filme. Com uma origem tão chamativa e lucros tão certos, o roteiro não se esforça em minimizar as polêmicas do livro ou trabalhar personagens mal aproveitados. Se me dissessem que o roteirista foi o próprio Dan Brown, não me surpreenderia. Estrelas como Tom Hanks, no papel do protagonista Robert Langdon, e Jean Reno, como o policial Bezu Fache, têm atuações totalmente medianas, quase descompromissadas. Audrey Tautou também não empolga na interpretação da detetive Sophie Neveu.

A única atuação destacada é de Sir Ian McKellen no papel de Sir Leigh Teabing, personagem que, como no livro, não tem muita relevância e mais parece ter sido colocado só pra garantir mais algumas reviravoltas na trama.

Apesar de tudo, o roteiro – que não era de Dan Brown - de Akiva Goldsman apara algumas arestas do livro. As explicações sobre a Opus Dei, sobre Jesus Cristo, Maria Madalena e os Cavaleiros Templários são ilustradas através de flashbacks e transposição de planos que podem irritar quem leu o livro, mas explicam de forma quase pedagógica sua trama aos não iniciados. Uma forma de aproveitar o filme é não se preocupar muito com a história e se deixar conduzir por todas as reviravoltas apenas em nome da diversão. E principalmente tentar esquecer que foi baseado em um best-seller, aproveitando como se fosse um filme totalmente desconhecido.

Assista aqui o trailer!!!